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sábado, 17 de setembro de 2011

Parto com fórceps

Quando a ginecologista fez o toque pela manhã, eu estava com 2 centímetros de dilatação e ela disse que iria fazer um toque mais "profundo" para ver se ajudava um pouquinho...E ajudou!!

Passei a tarde toda com cólicas e a noite comecei a sentir contrações regulares. Fiquei esperando mais um pouco e lá por volta das 23h estava com contrações de 5 em 5 minutos. Liguei para a médica e ela mandou eu ir pra maternidade. Meu Deus, pensei, chegou a hora...Cheguei lá e após o exame, para minha surpresa, estava apenas com 3 centímetros. Pensei: poxa, a tarde toda pra dilatar só 1 centímetro? Já comecei pedir a Deus que me ajudasse...

Fui internada à meia-noite. Já queriam colocar um soro com indutor, mas eu não deixei, pois dói demais e não queria, sofri muito nos outros partos por conta disso. Falei para a enfermeira que não tinha pressa...Deixa-a vir a hora que quiser. Meu marido concordou comigo e ficou o tempo todo ao meu lado. Passei a madrugada todinha com contrações (suportáveis), não conseguia dormir, de dor um pouco, de ansiedade, de nervoso...A cada contração eu fazia força "lá embaixo" para ajudar e pedia a Deus que nos ajudasse, conversava com ela: venha filhinha, venha conhecer o mundo!.

Às 8h minha ginecologista chegou, fez o toque e... 4 centímetros! Meu Deus?!?!?! Só isso?!?!?!. Comecei a ficar um pouco tensa, não queria cesárea e minha médica também não. Ela disse que iria colocar um remédio no colo do útero que iria ajudar na dilatação, pois contrações eu tinha, mas dilatação, não. Remédio colocado (lá pelas 10h), teríamos que aguardar mais duas para que fizesse efeito. Minha agonia ia aumentando e mentalmente só pedia a Deus que me ajudasse e cuidasse de minha pequena.

Meio-dia, novo exame e...5 centímetros! Nossa última alternativa vai ser o rompimento da bolsa..., disse a médica. Primeiro ela liberou meu almoço, pois iria precisar de muita (mas muita mesmo!) energia. Às 14:15, ela rompeu minha bolsa e aí, aquelas dores que antes eram suportáveis tornaram-se insuportáveis. Agarrava o travesseiro a cada contração e rezava para que o anestesista (esposo da minha médica) chegasse logo...Ele apareceu às 14h30 e já fui levada para o centro obstétrico. Agora sim estava com dilatação total (10 centímetros). Era uma mistura de dor com ansiedade, nervosismo e esperança de conseguir que tudo desse certo...

Às 14:45 estava anestesiada. Agora conseguia pensar com mais clareza. E demos início à expulsão. Era prender o ar e empurrar, força, força, força. Isso se repetia a cada contração. Só que com a anestesia não sentia se estava fazendo força, eu perguntava "Estou fazendo certo?" e a médica respondia "Sim, mas preciso de MAIS força". Em um determinado momento, após muitas tentativas, o ar já estava me faltando. Foi-me colocado o oxigênio para ajudar, mas as minhas forças estavam acabando também...

A médica pediu para eu fazer muita, mas muita força dessa vez, "estamos quase lá, ou precisarei ajudá-la". Como assim me ajudar? "Com o fórceps", explicou. Naquele momento, por alguns segundos, me senti a maior incompetente do mundo, mas pedi a Deus ajuda e fiz força, a força que veio não sei de onde, porque eu estava exausta, senti uma pressão, como se fosse uma bola saindo de mim e de repente, uma música...Uma música que a tempos esperava ouvir e naquele momento, chorei, chorei muito e minha filha também chorava e essa música me deu o alívio que precisava. Isso aconteceu às 15:18.

Trouxeram minha pequena e a beijei e a admirei, não consegui dizer nada naquele momento, apenas chorava muito e as enfermeiras diziam "Eh, mamãe guerreira!".

Depois do parto, a médica me contou que ela estava com uma volta de cordão no pescoço e isso dificultou (mas não impediu) o parto normal, e a anestesia atrapalhou um pouco. Eu a agradeci muito por no momento difícil da decisão do que fazer, ela insistir e acreditar em mim e não partir para uma cesárea que seria bem mais fácil. Alice nasceu linda, com 3,563 kg e 50 centímetros! É perfeita e o fórceps não causou nenhum dano a ela.
Por Priscila Pereira

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